Todos os anos, 25,5 milhões de pessoas morrem com um sofrimento grave relacionado com a saúde, associado a condições limitativas e comprometedoras da vida. Mais 35 milhões de pessoas, embora não morrendo, vivem nessas condições e com o mesmo tipo de sofrimento. Contudo, paradoxalmente, a maior parte da população mundial não tem acesso aos tratamentos e ao apoio social adequados nessas circunstâncias.
A Pontifícia Academia para a Vida (PAV), instituição académica do Vaticano dedicada promoção da vida humana e, entre outros aspetos, investigação em ética médica, pôs em marcha, a este propósito, o projeto internacional PAL-LIFE - Grupo de trabalho de aconselhamento internacional sobre a difusão e o desenvolvimento dos cuidados paliativos no mundo.
O presente livro branco detalha os trabalhos e as conclusões do Projeto PAL-LIFE e apresenta as recomendações estratégicas a que chegaram os vários peritos que nele participaram tendo em vista uma melhoria significativa da prestação de cuidados paliativos a nível global.
Neste estudo, o grupo de peritos PAL-LIFE considera 13 grupos de stakeholders para os quais produziu 43 recomendações, designadamente, entre outras, a obrigatoriedade da inserção de cursos de cuidados paliativos nos currículos de formação na área da saúde, a criação, pelos meios de comunicação social, de uma cultura que compreenda o papel dos cuidados paliativos nas doenças graves, ou uma melhor acessibilidade, nos centros de saúde e hospitais, aos medicamentos de cuidados paliativos recomendados pela Organização Mundial de Saúde.
Os autores deste livro aconselham porém a que as suas recomendações sejam consideradas numa perspetiva abrangente que tenha em conta todas as recomendações consensuais, e não apenas as mais importantes.
